O analítico despedaça os planos simples e largos em nome de um: jogo de faces denso, contínuo
Foto - At the Cycle-Race Track ( Au Vélodrome )
Batizado com o nome de Jean Dominique Antony Metzinger, mais conhecido no meio da arte como Jean Metzinger, iniciou seus estudos em pintura aos 15 anos.
Nessa época, aproximou-se dos trabalhos de Ingres (Jean-Auguste Dominique Ingres, mais conhecido simplesmente por Ingres, foi um celebrado pintor e desenhista francês, atuando na passagem do neoclassicismo para o romantismo).
Aos 17 anos mudou-se para Paris, onde frequentou diversas academias, abandonando todas, insatisfeito com o ensino.
Seu estilo tornou-se cada vez mais geométrico e suas novas interpretações artísticas são influenciadas por Braque, Picasso e Gris. Os trabalhos de Metzinger por volta de 1909 finalmente documentam um movimento em direção ao que mais tarde foi chamado de cubismo analítico, mas foi inicialmente rejeitado completamente pelos críticos.
O cubismo analítico é uma fase evoluída do cubismo cézanniano. Apareceu depois da junção do trabalho desenvolvido separadamente por Pablo Picasso e Georges Braque. Foi chamado de analítico porque analisava as formas dos objetos em um modo plano, partindo-os em fragmentos, espalhando-os pela tela e montando novamente nesse mesmo plano.
A prioridade dada à forma é máxima, tal que a composição cromática aponte quase para uma só cor. Picasso e Braque, por exemplo, trabalhavam com uma gama quase monocromática, usando marrom, verde e só mais tarde, cinza, analisando a forma sem se distrair com cores.
A história cubista foi marcada por momentos que trazem aspectos gerais comuns a quase todos os artistas do grupo. O primeiro é chamado de cubismo analítico, sucessor do primitivo, que invocava planos largos, simples, volumétricos, transmissores de uma imagem disposta em alguma profundidade.
O analítico despedaça os planos simples e largos em nome de um: "jogo de faces denso, contínuo, que quebra o objeto, desmembra-o em todas as suas partes, analisa-o enfim, fixando-o na superfície da tela, onde o relevo já está reduzido ao mínimo. Esse facetamento do objeto permite chegar à criação de um jogo rítmico, diminuto e intenso, onde a cor às vezes se reduz à monocromia."
No cubismo analítico, o abandono do ponto de vista unitário altera o equilíbrio dos planos da representação e quase desemboca na abstração, dado que a imagem é quase impossível de reconhecer.
Jean Metzinger documentou suas teorias em seus "Comentários sobre a pintura" em 1910. Trabalhou junto com Albert Gleizes em 1912, com quem publicou o tratado teórico "Du Cubisme", que logo foi muito discutido.
Jean Metzinger foi nomeado para ensinar na Académie de la Palette, mais tarde na Académie Arenius. Numerosas exposições documentam o sucesso nacional e internacional do pintor. Durante a década de 1920, Metzinger abandonou brevemente o cubismo. Ele viveu em Bandol em Provence até 1943 e depois retornou a Paris, onde foi dado um cargo de professor por três anos na Académie Frochot em 1950. A partir de 1918, inclinou-se para uma espécie de classicismo, retornando às origens de sua formação. Morreu aos 73 anos no ano de 1956.