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Resumo da Semana – Variante ômicron, tapering e PEC dos precatórios

03/12/2021


Por Cristian Rafael Pelliza (*)




A semana se iniciou com fortes ruídos nos mercados globais: a descoberta de uma variante de covid na África do Sul, batizada de ômicron, trouxe apreensão sobre possíveis lock downs ao redor do mundo e com isso uma desaceleração na atividade global. Como efeito iniciamos a semana de maneira instável, com bolsas caindo ao redor do mundo. Embora ainda de forma preliminar, as notícias ao longo da semana melhoraram o tom, com indicações de que a ômicron pode ser menos letal que outras variantes e de que as vacinas respondem a essa nova cepa.


Nos Estados Unidos, a segunda feira foi marcada pela declaração de Jerome Powell, presidente do Banco Central americano, de que a retirada de estímulos monetários, o tapering, na economia americana poderia ser acelerado dada a inflação. Powell, inclusive abandonou sua definição clássica ao longo de toda pandemia, de que a inflação nos Estados Unidos seria transitória, baseada muito mais nos choques de oferta do que na atividade econômica local. As declarações de Powell trouxeram mal humor ao mercado, já que poderiam implicar em um aumento nos juros americanos antes do que se imaginava inicialmente. Os dados de emprego ao longo da semana seguiram fortes, indicando que a economia americana encontrou um bom caminho de recuperação. Na zona do Euro a inflação também segue forte, com uma alta de 4,9% no índice de preços ao consumidor na base anual, a maior nos últimos 25 anos período em que o dado é computado.


Ainda no cenário global as atenções seguem fortes na reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, em particular a Rússia (OPEP+) onde discute-se a implementação de um aumento na produção de petróleo em 400 mil barris por dia a partir de janeiro. A possibilidade de redução nessa meta de produção surgiu no radar à medida em que algumas das principais economias do mundo tem utilizado suas reservas e o surgimento da variante ômicron derrubaram os preços do petróleo a nível global.


No Brasil, o noticiário econômico focou em duas questões: a primeira os dados do PIB no terceiro trimestre e a segunda a PEC dos precatórios. Sobre o PIB, tivemos uma queda de 0,1% em relação ao trimestre anterior, o que nos coloca em recessão técnica. O principal fator a penalizar nossa economia foi o recuo dos preços das commodities, o que derrubou o PIB agropecuário. No entanto, a semana termina com um alívio aos mercados naquele que vem sendo o ponto chave do mal desempenho nos últimos meses, a questão fiscal. A PEC dos precatórios foi aprovada no senado, o que significa uma folga no orçamento brasileiro no ano que vem e a possibilidade da implementação do Auxílio Brasil sem o rompimento do teto dos gastos.


Para a semana que vem, as atenções no Brasil estarão focadas na reunião do Copom, onde espera-se uma nova alta na taxa Selic e nos dados oficiais de inflação, o IPCA. Nos Estados Unidos teremos também a publicação do índice de preços ao consumidor em novembro. Na China teremos dados sobre os preços ao consumidor e ao produtor.


(*) Cristian Rafael Pelizza é mestre e doutor em Economia Aplicada pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), graduado em Economia pela Unochapecó e atualmente é economista e Head das áreas de Renda Fixa e Fundos de Investimento na Nippur Finance. Ele é professor de economia, com ênfase em Econometria, Microeconomia e Mercado Financeiro na Unochapecó.


Saiba mais acesse: [https://www.nippur.com.br/].


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