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Juiz acusado de criar identidade falsa tem paradeiro desconhecido

  • Foto do escritor: JORNALE
    JORNALE
  • há 2 dias
  • 3 min de leitura

05/04/2025


Edward Albert, magistrado aposentado de 67 anos, na verdade se chama José Eduardo Franco dos Reis




O juiz aposentado que virou réu na Justiça de São Paulo sob a acusação de falsidade ideológica e uso de documento falso prestou depoimento à Polícia Civil em 2 de dezembro de 2024 e, três dias depois, se mudou do endereço onde vivia na capital paulista.

 

Desde então, o paradeiro do juiz Edward Albert Lancelot Dodd Canterbury Caterham Wickfield, de 67 anos — que na verdade se chama José Eduardo Franco dos Reis, segundo o Ministério Público —, é desconhecido pelos investigadores. O caso foi revelado pelo g1 nesta quinta-feira (3).

 

Nesta sexta-feira (4), o juízo da 29ª Vara Criminal de São Paulo expediu mandado de citação para que Reis seja comunicado sobre a ação penal contra ele e possa apresentar defesa. A denúncia foi recebida pela Justiça na segunda-feira (31).

 

Na noite desta sexta, o Tribunal de Justiça de São Paulo informou em nota que o presidente da Corte, Fernando Antonio Torres Garcia, "decidiu suspender administrativamente, até nova ordem, pagamentos de quaisquer naturezas" que seriam feitos ao juiz Wickfield.

 

No depoimento à polícia, ele se apresentou como José Eduardo Franco dos Reis e disse que Wickfield é seu irmão gêmeo, que foi dado para adoção ainda criança.

 

Segundo as investigações, Reis nasceu em 16 de março de 1958, conforme registro feito no cartório de Águas da Prata (SP). Em 1973, ele tirou RG com seu nome verdadeiro. Já em 1980, obteve um RG com o nome falso de Wickfield apresentando uma certidão de nascimento com dados falsos.

 

Sempre com o nome de Edward Albert Lancelot Dodd Canterbury Caterham Wickfield, que dizia ser proveniente da nobreza britânica, Reis estudou direito na USP, prestou concurso e ingressou na magistratura paulista em 1995. Atuou como juiz por 23 anos, até se aposentar em abril de 2018.

 

De acordo com a denúncia da Promotoria, as motivações para a criação da personalidade fictícia continuam desconhecidas. Ao mesmo tempo, ele manteve em dia os documentos da identidade verdadeira.

 

A farsa apontada pela polícia e pelo Ministério Público começou a desmoronar em outubro de 2024, quando o juiz foi ao Poupatempo Sé, no centro de São Paulo, tirar uma nova via do RG em nome de Wickfield.

 

As impressões digitais dele foram coletadas e comparadas eletronicamente no banco de dados da Polícia Civil. Essa tecnologia passou a ser aplicada em 2014 a todas as pessoas que tiram RG em São Paulo.

 

A comparação das impressões digitais apontou indícios de que havia duas pessoas com marcas idênticas. Os investigadores, então, passaram a analisar os documentos dessas duas pessoas e descobriram ser uma só.

 

Na análise documental, os investigadores descobriram que as certidões de nascimento de Reis e de "Wickfield" tinham o mesmo número de registro no mesmo cartório do município de Águas da Prata, mas o restante dos dados era diferente.

 

Reis nasceu em 16 de março de 1958; "Wickfield", em 10 de março daquele ano. Reis é filho de Natalina e José; "Wickfield", de Anna Marie Dubois Vincent Wickfield e Richard Lancelot Canterbury Caterham Wickfield.

 

O cartório informou aos investigadores que a certidão de nascimento de Reis está registrada no local, mas a de Wickfield não tem registro.

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