Embaixadora do Prêmio Empreendedora, fotógrafa cria rede de apoio a lideranças femininas em Curitiba

22/04/2025

Em sua 7ª edição, o Prêmio Empreendedora 2025 convida as mulheres de Curitiba e Região Metropolitana que têm negócios próprios – desde as “eupresas” de Microempreendedores Individuais (MEIs) até os empreendimentos de grande porte – a se candidatarem na jornada que avalia, qualifica e reconhece o trabalho feminino.

As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas pela página do Vale do Pinhão no Guia Curitiba até 30 de junho

A seleção das finalistas e das vencedoras é feita voluntariamente por um time 100% feminino, formado por especialistas em diversas áreas do empreendedorismo: as Embaixadoras do Prêmio.

Entre elas, está a fotógrafa Ana Paula Martynyszyn, 43 anos, que aprendeu no dia a dia como gerenciar o próprio negócio e tirar dele a sua renda. Nesse aprendizado, contou com o apoio de cada novo contato profissional – em geral, também mulheres -, fortalecendo uma rede de apoio feminina em Curitiba.

Foi a partir dessa rede que a embaixadora se aproximou do Vale do Pinhão e do programa da Prefeitura Empreendedora Curitibana, que visa fortalecer o protagonismo feminino à frente das empresas. Gerenciado pela Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, o programa realiza qualificações para as mulheres tocarem seus negócios. Também realiza, anualmente, o Prêmio Empreendedora.

Todas por elas

Em sua jornada como empreendedora, Ana Paula percebeu a relevância de estruturar mais pontos de apoio à mulher empresária. Isso porque se deu conta que os desafios enfrentados por ela era o mesmo de outras mulheres que buscam êxito nos negócios. Desafios que, na maioria das vezes, só outra mulher consegue entender.

“Muitas mulheres empreendem não só porque têm filho neuroatípico, como é o meu caso. Muitas são chefes de família, têm dupla, tripla jornada. Outras vezes, quando colocam na ponta do lápis o custo de creche, transporte, veem que gastam menos ficando com a criança em casa e optam por administrar um negócio próprio”, enumera.

Imersa nesse ambiente, Ana Paula criou, a partir do que era um grupo WhatsApp para trocar ideias, o que hoje é seu novo negócio: uma comunidade no mundo real para incentivar o empreendedorismo feminino.

De CLT a empreendedora; de empreendedora a CEO

Turismóloga por formação, Ana Paula já trabalhou com carteira assinada. Ter seu próprio negócio não foi somente uma opção, mas uma necessidade: gerenciar a própria agenda dar mais atenção à filha, Betina, 9 anos.

Na sua formação como fotógrafa, em um curso especializado, percebeu que seu interesse em fotografar mulheres “reais” foi crescendo. E formatou sua empresa nesse sentido: hoje, sua agenda atende, principalmente, os ensaios de mulheres para seus portfólios profissionais.

Com a chegada da pandemia de covid-19, em 2020, ela e outras seis empreendedoras começaram o grupo no WhatsApp que cresceu e originou o Curitibana Business. Em meses, o grupo virtual ultrapassou 250 pessoas.

Nessa hora, Ana se associou a outra empresária e se tornou co-fundadora e CEO do Curitibana Business.

“Empreender é muito solitário. Ao contrário dos homens, que têm o grupo do futebol, o grupo do churrasco, a mulher adulta não tem um grupo para trocar ideias. Acho que é um dos motivos pelo qual elas entram em uma rede de empreendedoras”, fala Ana Paula.

No dia a dia, a comunidade vai além: a maioria das empreendedoras do grupo é MEI, sendo responsáveis por todas as etapas da venda e a comunidade é um canal para aprendizado. “Elas desenvolvem um bom produto, um bom serviço, mas precisam de muito mais. Não basta só ir em rodada de negócios. Tem de aprender sobre branding, sobre fluxo de caixa, sobre precificação. Na comunidade, criamos oportunidades para esses aprendizados, de forma próxima”, explica.

No fim de abril, a embaixadora do Prêmio Empreendedora celebrou uma grande conquista: a empresa lançou seu primeiro evento, o Curitibana Summit. “E estamos expandindo para outras cidades, como marca. Estamos formatando o Curitibana Business – Brasília”, conta.

7ª edição

Desde a primeira edição, em 2015, o Prêmio Empreendedora soma mais de 1 mil participantes, que inscreveram cases. Ao longo dos anos, a premiação cresceu, passou de três para quatro categorias – Microempreendedora Individual (MEI); Microempresa (ME); Empresa de Pequeno Porte (EPP); Empresa de Médio e Grande Porte Empresa.

Até 2019, as inscrições eram restritas a empresas de Curitiba. Em 2021, a participação se estendeu aos 29 municípios que compõem a RMC. A edição 2023 marcou a mudança da frequência do evento, que agora é anual, substituindo o formato bianual.

A premiação é realizada pela Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação e Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Inovação (SMDEI) e faz parte das ações do Programa Empreendedora Curitibana.

Foto Valquir Aureliano/SECOM