20/01/2022
Data lembra que respeito às diferenças é um ato de amor ao próximo e deve ser mais praticado
Nesta sexta-feira (21 de janeiro) é celebrado o Dia Mundial da Religião. Na mesma data, também é lembrado no Brasil o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa.
Em tempos de ‘guerra virtual’ permanente nas redes sociais - marcadas pela polarização de ideias em quase todos os setores - as datas se revestem de importância estratégica e servem para chamar a atenção de todos a uma reflexão mais profunda, que resulte na boa convivência e respeito às diferenças entre povos, credos e pontos de vista.
Para o escritor Odil Campos, “a convivência harmônica entre os seres humanos só é possível quando conseguimos aparar as arestas que surgem da relação entre as pessoas. Para muitos, isso é difícil de aceitar ou fazer. Para outros, no entanto, a visão humana e espiritual permite restabelecer as divisas do bom senso, convivência e respeito à dignidade compartilhada”.
Quando a religião está envolvida no processo de evolução, Campos – que é médium espiritualista - ressalta que o ser humano vira um indicador de que é preciso começar a partir de si mesmo.
“A religião tem por finalidade congregar a fé do indivíduo em relação a ele próprio. No entanto, a palavra religião significa promover a religação com Deus em todos os seus aspectos: fé e amor para com Deus Supremo. Este é e sempre deveria ser o sentido absoluto da religião”, destaca o escritor que já publicou dez títulos - entre romances, psicografias, mensagens e estudos mediúnicos - pela Editora Flor de Lis.
Prática religiosa e tolerância
Porém, ao usar a religião para outros fins, aponta Odil Campos, “o que vemos e presenciamos é uma verdadeira disputa em relação aos fiéis. Mas o ser humano não necessita de casa de oração e muito menos de lugares para a prática de sua fé. O seu coração já é seu próprio santuário. É nele que o ser humano se encontra com Deus”.
Ao desenvolver um entendimento mais complexo do papel da religião na vida diária, o fiel também pode ter uma visão aprofundada do que é a tolerância, uma espécie de pedra fundamental que assegura a liberdade de culto. De acordo com o escritor, tolerar significa compreender o que os outros fazem. No entanto, também é preciso analisar como aplicá-la, já a partir de si.
Autoconhecimento
Campos afirma que a tolerância não pode ser usada para justificar erros nem fraqueza, pois leva ao medo de enfrentar as próprias falhas, o que compromete o projeto de evolução inerente à cada vida. Nesse ponto, o conflito e o embate permitem o autoquestionamento e ajudam a conduzir a um caminho de entendimento e aceitação.
A religião, mais uma vez, desempenha um papel importante para lembrar de como se deve chegar quando a vida seguir o rumo em outro plano.
“No mundo espiritual existe o respeito entre todos. Essa é uma regra fundamental, independente do que cada um pense ou faça. Esta grande força positiva permite e fundamenta uma das condições básicas do livre arbítrio: não concordo contigo, mas tens a liberdade de fazê-lo. É o aprendizado que necessito para poder evoluir”, diz Odil.
Como surgiram as datas especiais
O Dia Mundial da Religião é comemorado desde 1950. A data foi proposta naquele ano por integrantes da fé Bahá’í, religião fundada no século 19 por Bahá´u´lláh, um líder religioso persa que nasceu em 1817 e morreu em 1892.
O precursor da religião, que tem hoje cerca de 7 milhões de fiéis em todo o mundo, defendia que a fé Bahá’í´ era o cumprimento das mensagens já propagadas por outras crenças como o cristianismo, budismo e o islamismo.
Já o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa surgiu em 2007. A data foi escolhida em memória da Ialorixá Mãe Gilda, vítima de intolerância religiosa no ano de 1999 em Itapuã, no Estado da Bahia. Mãe Gilda morreu no ano seguinte em decorrência das sequelas dos atos de vandalismo e agressões verbais que sofria ao longo dos anos.
Como diminuir a intolerância religiosa?
O combate à desinformação é uma das principais ferramentas na luta pelo fim da intolerância religiosa. Por meio do conhecimento é possível romper as barreiras do preconceito e assegurar a todos o livre exercício dos cultos, conforme prevê o artigo 5º, inciso VI da Constituição Federal de 1988.
“Respeitar as diferenças e compreender o ponto de vista do outro – que é diferente do seu - é fundamental. Quando fazemos isso com diálogo, amor e serenidade, os conflitos diminuem e evoluímos em fraternidade mútua, que atualmente está em falta no mundo. Precisamos nos educar para a paz”, finaliza Odil Campos.
E para ajudar o leitor sobre o assunto, o escritor recomenda sua obra “O Bem e o Mal” (170 págs., R$ 40). O livro conta a história de um homem extremamente egoísta, intolerante e arrogante que não media esforços para obter vantagens sobre os demais.
Ao dar valor aos sentimentos negativos – como egoísmo e inveja – o personagem desperta a raiva e o ódio que estão adormecidos dentro de si e abre caminho para que o mal se instale dentro de si mesmo.
Comentarios