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Dois integrantes de grupo neonazista são condenados por morte de casal em Campina Grande

23/03/2025


Dois foram condenados a mais de 30 anos de prisão



Após três dias de julgamento, quatro integrantes de um grupo neonazista receberam as sentenças, na noite deste sábado (22), no Fórum de Campina Grande do Sul, na Região Metropolitana de Curitiba, pela morte do casal Bernardo Dayrell Pedroso e Renata Waeschter Ferreira. Dois foram condenados a mais de 30 anos de prisão, cada um deles, e os outros dois foram absolvidos pelo Tribunal do Júri.

 

Jairo Maciel Fischer foi condenado a mais de 32 anos de prisão e João Guilherme Correa recebeu a pena de mais de 35 anos. A prisão de ambos foi determinada imediatamente após a leitura da sentença.

 

Danillo Pinho Nogueira, promotor de Justiça que atuou no caso, disse que todos os réus respondiam ao processo em liberdade e falou sobre a atuação dos atiradores.

 

Contudo, apenas Jairo Maciel Fischer saiu do fórum direto para o sistema prisional. João Guilherme Correa deve ser preso em breve. O réu não compareceu ao julgamento por problemas de saúde, mas foi julgado à revelia.

 

Os outros dois suspeitos, Rosana Almeida, que supostamente teria sido usada para atrair o casal, e um homem, que dirigia o carro no qual os atiradores estavam e alegou ter sido coagido, foram absolvidos pelo júri.

 

José Carlos Portella, advogado que representa as famílias das vítimas e atuou como assistente de acusação, falou sobre as sentenças.

 

O julgamento foi realizado no local onde o crime foi cometido em abril de 2009, há quase 16 anos.

 

Ao todo, a Justiça indiciou seis pessoas. No entanto, durante o processo penal, um dos suspeitos, Gustavo Wendler, namorado de Rosana, morreu em decorrência da Covid -19 em 2021. Com o julgamento dos quatro réus, para finalizar o caso, só falta o julgamento do suspeito de ser o mandante do crime, o economista Ricardo Barollo.

 

O caso

 

Os suspeitos foram acusados pela morte do casal Bernardo Dayrell Pedroso e Renata Waeschter Ferreira durante uma festa neonazista realizada em Campina Grande do Sul. Um dos suspeitos, Ricardo Barollo, que foi apontado como mandante do crime, deve ser julgado no dia 22 de maio.

 

Durante as investigações, a Polícia Civil do Paraná descobriu que a morte do casal estava vinculada à disputa pela liderança do movimento neonazista no Brasil. O inquérito policial concluiu que as vítimas foram assassinadas por pessoas que faziam parte do mesmo grupo, e divergiam em algumas questões sobre o movimento.

 

De acordo com a polícia, os desentendimentos começaram em 2007, quando Bernardo decidiu se separar do movimento liderado por Barollo, em todo o Brasil, em razão de opiniões diferentes. As investigações indicaram que Barollo queria colocar um novo líder para retomar o controle do grupo no Paraná.

 

Para colocar o plano em prática, em determinado momento da festa, Bernardo e Renata teriam saído na companhia da suspeita Rosana Almeida para comprar cerveja e encontrar com o namorado dela, Gustavo Wendler. No trajeto, Rosana e Gustavo brigaram e a mulher pediu para ser deixada em casa. Em seguida, as vítimas foram ao mercado comprar cerveja na companhia de Gustavo.

 

Ao retornarem à festa, Gustavo foi acionado e pediu para que as vítimas parassem o carro. Em seguida, os atiradores chegaram encapuzados em um veículo, disseram que eram policiais e abordaram Bernardo e Renata, segundo a PCPR. Eles pediram que as vítimas saíssem do carro com as mãos para cima. Bernardo saiu e levou um tiro na cabeça. Renata, que não saiu do veículo, também foi atingida.

 

Outro acusado

 

O acusado de ser o mandante, Ricardo Barollo, chegou a ser preso duas vezes em 2009, mas foi solto. Uma vez, em decorrência das investigações da execução e outra por indícios de que o grupo de neonazistas continuava atuando, mas responde em liberdade. O julgamento de Barollo está marcado para o dia 22 de maio.

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