15/02/2025
Ex-policial penal foi condenado a 20 anos por morte de teroureiro do PT
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O ex-policial penal Jorge Guaranho deixou o Complexo Médico Penal de Pinhais na tarde deste sábado (15) após o desembargador Gamaliel Seme Scaff autorizar o cumprimento da condenação em prisão domiciliar, com tornozeleira eletrônica, pelo assassinato do tesoureiro do Partido dos Trabalhadores (PT) de Foz do Iguaçu, Marcelo Arruda. Assista acima.
Guaranho foi condenado a 20 anos de prisão por homicídio com duas qualificadoras: motivo fútil e perigo comum. O julgamento ocorreu no Tribunal do Júri de Curitiba dois anos e meio após a morte de Arruda, que foi baleado em 9 de julho de 2022 por Guaranho enquanto comemorava os 50 anos com uma festa temática do presidente Lula e do PT.
O ex-policial penal saiu do complexo acompanhado do advogado de defesa, Samir Mattar Assad. A decisão da prisão domiciliar é liminar, ou seja, tem caráter temporário. O mérito do pedido ainda será julgado pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR).
Antes de ser condenado na quinta-feira (13), Guaranho já estava cumprindo prisão domiciliar, mas após receber a sentença, foi levado ao Complexo Médico Penal em Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, para prisão em regime fechado.
No entanto, a defesa conseguiu reaver a prisão domiciliar após apresentar um habeas corpus alegando que o condenado tem problemas de saúde. No tiroteio que resultou na morte de Marcelo Arruda, Guaranho também foi baleado e, após estar caído no chão, foi agredido por convidados da festa, o que deixou sequelas.
"Estamos dando cumprimento a decisão do egrégio Tribunal de Justiça, que reestabeleceu a prisão domiciliar ao seu Jorge Guaranho, tendo em vista o seu quadro de saúde para que ele possa continuar o seu tratamento, em caráter humanitário, em casa", disse o advogado em um vídeo.
Assad ainda esclareceu que respeita o conselho de sentença condenatória, mas por discordar do conteúdo dela, entrará com recurso nos próximos dias.
Na decisão que autoriza a prisão domiciliar, o desembargador Gamaliel Seme Scaff afirmou que "não se pode desprezar a precária condição da saúde do paciente", se referindo a Guaranho.
"Ao que parece, o paciente continua muito debilitado e com dificuldade para se deslocar em razão da enfermidade e das lesões que o acometem, logo, por ora, chega-se à ilação de que sua prisão domiciliar não colocará em risco a sociedade ou o cumprimento da lei penal", afirma o documento.
Conforme a decisão, Guaranho deverá cumprir a prisão domiciliar na comarca de Curitiba e só poderá se deslocar para fazer tratamento médico previamente comunicado à central de monitoramento.
Além disso, deverá comparecer periodicamente em juízo, não poderá sair da cidade e não poderá manter contato com qualquer pessoa ou testemunha da ação penal.
O Ministério Público informou que analisará a decisão para avaliar as medidas cabíveis.
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